Consciência Leve Carlos Lopes
Esses martelos que batem Noite e dia com tremor Pesados na dor que fazem Sobre a memória onde jazem Actos de medo e desamor
Fujo para o outro lado do mundo Mudo toda a minha vida Mas esse martelar é profundo Lapa colada num moribundo Que de si procura saída
Felizmente descubro o caminho E a nobre razão de aqui estar Cuidar do cheiro do rosmaninho Oferecer o paraíso ao vizinho E ele a sorrir jardins plantar
De lindas pétalas perfumadas O toque que nos faz sentir bem Flores ondulantes doiradas Folhas de paz apaixonadas Que o gosto de fazer bem contém
Sorriso de criança feliz Anjo com dança no olhar Saboreando o bem que fiz Recebo o sol quando ris Chove se lembro o teu chorar
Ligado a tudo e a todos Sabe bem esta leveza Interior de brilho agudo Contagia-te comigo miúdo A iluminar a Mãe Natureza
Pra um dia quando partir Em penas de pomba branca voar E com lembranças leves me cobrir De tanta coisa boa cumprir Na eterna consciência do amar
Medalha de Ouro Internacional da Académie Européenne des Arts (Paris) – Out 2008 |